Escrito por Dr. Prof. Jacob Szenfeld
O câncer de próstata é hoje o tumor mais frequente em homens com mais de 50 anos de idade. Para se ter ideia, segundo estatísticas do Instituto Nacional do Câncer (INCA), a previsão é de que o Brasil registre, em 2012, cerca de 60.180 novos casos da doença. Embora ainda hoje não se conheça exatamente suas causas, o câncer de próstata apresenta altos índices de cura, especialmente se detectado no início. Portanto, a informação ainda é o melhor caminho para o controle da doença.
Inicialmente, é importante explicar que a próstata é uma glândula do sistema genital masculino, localizada próximo à bexiga, que envolve a parte superior da uretra. O câncer de próstata ocorre quando as células dessa glândula começam a se dividir e a se multiplicar, levando à formação de um tumor.
Na maior parte dos casos, o câncer de próstata tem uma evolução assintomática na fase inicial. Justamente por isso, a realização de exames de rotina periódicos em indivíduos acima dos 50 anos é fundamental para a detecção precoce e cura.
Qualquer pessoa do sexo masculino pode desenvolver o câncer de próstata em algum estágio da vida. Porém, acredita-se que alguns fatores podem influenciar o aparecimento da doença. Entre eles, o fator genético é um dos mais importantes. Indivíduos que possuem familiares com histórico de câncer de próstata, especialmente parentes de primeiro grau, têm maiores chances de apresentar o problema. Homens de pele negra também tendem a desenvolver mais a doença do que os indivíduos de pele branca.
Diagnóstico
Por ser, na maior parte dos casos, uma doença indolente, o diagnóstico do câncer de próstata não é baseado em sintoma. Além disso, o crescimento da próstata também não é necessariamente sinal de câncer, como a maioria das pessoas costuma pensar.
Na verdade, é considerado normal o aumento da próstata em homens mais idosos, o que chamamos de crescimento benigno da próstata. Neste caso, os sintomas mais comuns são a dificuldade miccional, maior frequência urinária durante o dia ou à noite, sensação de mau esvaziamento da bexiga durante as micções etc.
Para fazer o diagnóstico do câncer de próstata, o CURA oferece os mais avançados métodos clínicos e laboratoriais de rotina. São eles: a dosagem do antígeno prostático específico (PSA), por meio de um exame de sangue, e o toque retal, um procedimento indolor e rápido, por meio do qual se verifica a presença de anormalidades na próstata, como nódulos ou áreas endurecidas. Além disso, para ter uma avaliação mais precisa, realizamos no CURA a ultrassonografia da próstata, que pode ser feita de duas maneiras: por via abdominal e por via transrretal. Por via abdominal, o paciente mantém a bexiga cheia para que se possa observar alterações na próstata, bexiga e vesículas seminais. Este é um exame simples e não-invasivo, que demonstra de forma adequada o volume da próstata. Também permite a avaliação da capacidade do indivíduo de esvaziar a bexiga e o volume de resíduo pós-miccional.
Tais métodos não demonstram a existência do câncer de próstata. Porém, são necessários para verificar se há alguma alteração na glândula.
A partir daí, quando os exames apresentam elevação de PSA, toque retal alterado ou suspeitas de anormalidades pela ultrassonografia abdominal, é importante proceder a uma investigação mais precisa, de modo a obter um diagnóstico mais conclusivo. Nesse caso, no CURA, temos a ultrassonografia transretal, um método extremamente eficiente que visa detectar tumores pequenos ou que estejam localizados em áreas da próstata não alcançadas em outros métodos diagnósticos. Confirmada a lesão, a opção é a realização da biópsia prostática, que consiste na retirada de uma amostra de tecido de várias partes da próstata, de modo a indicar a presença (ou não) de células tumorais, bem como em qual estágio a doença se encontra. Esse exame é dirigido por ultrassom, que é introduzido no reto para retirada, em geral, de 12 fragmentos da próstata.
Caso a biópsia apresente um resultado negativo, mas os exames laboratoriais continuem alterados, indicamos então a biópsia de saturação, por meio da qual se retira uma quantidade maior de fragmentos da próstata (18 e 24), o que possibilita o mapeamento de uma área maior.
Para garantir maior comodidade aos pacientes, no CURA, todas as biópsias são realizadas com sedação, de forma que o paciente não sente desconforto endorretal durante o exame.
Inovações
Quando se fala em câncer de próstata, é importante também ressaltar que hoje a medicina conta com métodos diagnósticos sofisticados para a detecção de tumores ainda bem pequenos, que, na maioria das vezes, provocam manifestação bioquímica (aumento de PSA), mas não geram manifestação morfológica e não aparecem na biópsia.
Um dos métodos mais modernos e de alta precisão no diagnóstico do câncer de próstata é a ressonância magnética de próstata em alto campo com bobina endorretal, que o CURA foi pioneiro em sua utilização na América Latina. Esse método, que captura as imagens por meio de um campo magnético muito potente, oferece grande segurança diagnóstica e qualidade superior de imagem. É um exame simples, indolor e inofensivo, que não apresenta efeitos colaterais ou maior desconforto aos pacientes, sendo realizado em equipamentos de 1,5 Tesla.
Entretanto, o CURA já dispõe também de outra grande inovação nesse campo, sendo pioneiro em sua aplicação em São Paulo, que é a ressonância magnética em ultra-alto campo com equipamentos de 3 Tesla. Por operar com um campo magnético muito mais alto do que o dos demais equipamentos similares utilizados até então no Brasil, a RM de 3 Tesla dispensa o uso da bobina endorretal, proporcionando maior detalhe de imagens e permitindo que nódulos bem pequenos possam ser mapeados precocemente com confiabilidade e segurança. Além disso, é um aparelho aberto, assegurando maior conforto ao paciente, que não sofre com a sensação de claustrofobia comum em outros equipamentos de RM.
Com a instalação desse avançado sistema, o CURA passou a oferecer duas técnicas sofisticadas em exames de ressonância magnética, que fornecem ao médico dados ainda mais apurados para o diagnóstico do câncer de próstata: a técnica de difusão por RM e a espectroscopia por RM.
A espectroscopia possibilita uma avaliação precisa de características anatômicas e biológicas do tumor. Já a ressonância por difusão é também altamente eficaz na avaliação e na identificação de tumores prostáticos, especialmente quando combinada com a espectroscopia. São técnicas extremamente confiáveis e seguras no estadiamento do tumor do câncer prostático, possibilitando verificar se o câncer está restrito somente à próstata ou se já envolveu órgãos adjacentes (bexiga, vesículas seminais, reto etc.) ou se existem metástases.
Hoje, além de oferecer todos os exames necessários para o melhor diagnóstico do câncer de próstata, o CURA está cada vez mais atento às inovações, buscando introduzir o que há de mais moderno e completo no campo da medicina diagnóstica, a fim de garantir a maior qualidade e precisão de resultados para os médicos e total segurança e conforto para os pacientes.