Escrito por Dra. Alice de Queiroz Constantino Miguel

Hoje em dia as doenças circulatórias são a principal causa de morte no Brasil e no Mundo, por isso é fundamental o controle dos fatores de risco, como: Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), Diabetes Melitus (DM), Dislipidemia (DLP- alteração do colesterol), obesidade e tabagismo. Esse controle deve ser feito através do diagnóstico, orientação e tratamento precoces.

A HAS é uma doença crônica, não transmissível, de origem multifatorial, ou seja, depende de fatores genéticos e de fatores ligados ao próprio indivíduo (idade, peso, hábitos alimentares, sedentarismo, tabagismo, entre outros). É uma doença silenciosa, pois não apresenta sintomas até que tenha causado danos em órgãos nobres por suprimento sanguíneo inadequado. As alterações de funcionamento destes órgãos podem ser irreversíveis e causam grande impacto na qualidade de vida das pessoas.

Para que o diagnóstico da HAS possa ser feito precocemente, assim como de outros males, é importante que em todas as consultas o médico meça o peso, a circunferência abdominal, a pressão arterial (PA), a frequência cardíaca e calcule o IMC (Índice de Massa Corporal) do paciente.

A HAS é diagnosticada por meio da medição da Pressão Arterial com o paciente em repouso.

O tratamento tem como principal aliado hábitos de vida saudáveis, como dieta balanceada pobre em Sal e Gordura e rica em vegetais, perda de peso para pacientes obesos, atividade física regular, sono reparador, cessação do tabagismo e consumo de álcool de forma parcimoniosa. Além disso, existe uma grande variedade de tratamentos medicamentosos.

A Meta do tratamento varia para cada paciente e depende do estágio da HAS e doenças associadas, mas geralmente o objetivo é mantermos a PA máxima entre 130X85 a 120 x75mmHg. O ideal é que cada paciente faça o controle da PA de 2 a 3 vezes por semana em diferentes momentos do dia e em diferentes ocasiões e leve para o seu médico, pois é comum o aumento da PA durante a consulta (chamada Hipertensão do Avental Branco).

Para guiar o tratamento e prevenir complicações os pacientes com HAS devem realizar exames periodicamente (em intervalos de 3 meses a 1 ano, dependendo também da gravidade e doenças associadas) para identificar outros fatores de risco cardiovasculares (como DM e DLP) e pesquisar lesões precoces de órgãos alvos (Olhos, Rins, Coração, Cérebro, grandes e pequenos vasos).

Pacientes com HAS, além de acompanhamento médico adequado, precisam conhecer sua doença, entender suas consequências e a importância do tratamento. Para atingir a meta do tratamento são necessárias medidas relacionadas ao estilo de vida, somadas a medicamentos. Mudanças efetivas em nossos hábitos do dia-a-dia são difíceis de serem feitas daí a importância do bom relacionamento médico-paciente. O paciente precisa sentir segurança e ao mesmo tempo liberdade para colocar suas dúvidas e expor suas dificuldades para, junto com o médico, buscarem os melhores caminhos dentro das suas possibilidades.

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