A histeroscopia diagnóstica ambulatorial é ferramenta fundamental na investigação da cavidade uterina e do canal endocervical, considerada exame padrão-ouro no diagnóstico de patologias intrauterinas. Consiste da visibilização em tempo real do interior do útero através de um sistema acoplado de ótica com microcâmera e permite a avaliação de alterações anatômicas e funcionais do endométrio/endocérvice como vascularização, espessura, fase do ciclo, concentração glandular e presença de sinais indicativos de infecção.
A introdução da técnica por vaginoscopia em 1997 associada ao uso de óticas mais finas e pinças endoscópicas possibilitando a realização de biópsia dirigida em áreas suspeitas, trouxe maior acurácia e reduziu o desconforto antes propiciado. Realizada em regime ambulatorial, sem analgesia ou anestesia, permite imediato retorno às atividades, reduzindo a morbimortalidade e custos de internação.
Indicações mais frequentes:
- Sangramento uterino anormal
- Sangramento pós menopausa
- Infertilidade
- Achados anormais em outros exames (eco endometrial espessado, pólipo e/ou mioma)
- Neoplasia e hiperplasia de colo e endométrio
- Identificação de corpo estranho, DIU
- Malformações uterinas
- Abortamentos de repetição
- Cicatriz hipertrófica de cesariana
- Endometrite
- Adenomiose
- Abortamento e mola hidatiforme
Estudos recentes demonstram aumento das taxas de gestação em pacientes submetidas a tratamentos de reprodução assistida (FIV, ICSI) que realizaram histeroscopia diagnóstica prévia. Alguns artigos orientam que esse exame deve fazer parte da rotina de investigação de todos os casais inférteis.
Contra indicações:
A histeroscopia tem como contra indicações a gestação em curso, a presença de doença inflamatória pélvica aguda e o sangramento em curso volumoso.
Época para realização do exame:
Respeitando a fisiologia do canal endocervical o exame deve ser preferencialmente realizado na primeira metade do ciclo menstrual (do 5º ao 14º dia) quando o orifício interno encontra-se hipotônico facilitando o acesso a cavidade, o endométrio está mais raso permitindo identificação de lesões focais e a presença de gravidez é menos provável. Havendo solicitação do médico assistente o exame poderá eventualmente ser também realizado após esse período.
Como é o exame:
No CURA a técnica utilizada é a mais moderna, a vaginohisteroscopia (“no touch technique”), sem usar espéculo e sem pinçamento do colo com Pozzi deixando a paciente mais confortável, usando soro fisiológico morno para distender a vagina e entrar pelo orifício externo do colo. A pressão do soro entreabre o canal e a ótica (Storz® 2,9mm 30o) é gentilmente introduzida sob visão direta até a cavidade uterina. A visibilização é feita em detalhes, documentada em fotos e havendo necessidade a biópsia é realizada com pinça da área exata que se deseja investigar através de um canal acessório, de forma indolor. O tempo médio do exame é de 5-10 minutos e após seu término a paciente é liberada para suas atividades diárias sem necessidade de repouso. Habitualmente percebe-se uma cólica tipo menstrual durante a realização do exame, leve, que pode ser minimizada com uso prévio de Buscopan® ou Buscofem® 30 minutos antes. Todo o exame é transmitido para um monitor de LCD em tempo real e a paciente é estimulada a assisti-lo enquanto recebe as explicações dos achados.
É comum sangramento por 3 a 5 dias após a realização do exame.
Intercorrências: Em alguns casos o exame se torna insatisfatório, por não ser possível avaliar adequadamente todo o trajeto ( desde o colo até a cavidade uterina) – Causas mais comuns: menopausa, orifício do colo com alteração anatômica, presença de muco no interior do útero.
Imagens obtidas no CURA que exemplificam os achados mais freqüentes à histeroscopia diagnóstica.
Contando com o melhor instrumental disponível no mercado e com equipe habilitada e constantemente atualizada, o CURA mantém o padrão de qualidade já aprovado em ultrassonografia, ressonância e histerossalpingografia, fortalecendo o arsenal propedêutico das afecções uterinas agora com histeroscopia por vaginoscopia.