Com equipamentos cada vez mais precisos, a ressonância magnética tem se consolidado como recurso indispensável no diagnóstico precoce.
Um dos mais conceituados centros de medicina diagnóstica do país, o CURA é o único laboratório fora de hospitais que realiza ressonância magnética 24 horas por dia, todos os dias da semana. São mais de 5 mil exames por mês. “Contamos com equipamentos de ponta, com amplo espaço para pacientes obesos e claustrofóbicos, e nossa equipe é formada por profissionais experientes e reconhecidos no meio acadêmico”, afirma Dr. Jacob Szenfeld.
Segundo o médico, por ser não invasivo e por apresentar resultados mais precisos, esse método de imagem vem sendo cada vez mais utilizado e tem ajudado a mudar paradigmas na medicina diagnóstica. Um exemplo disso ocorreu na investigação de suspeitas de câncer de próstata, em que a ressonância magnética multiparamétrica de próstata (RMMP), que permite uma avaliação morfológica e funcional, trouxe uma inversão nas etapas de diagnóstico e se tornou o novo padrão.
Muitas aplicações em diversas especialidades
A lista de aplicações da ressonância magnética é ampla e não para de crescer. Com um parque de seis aparelhos de avançada tecnologia, o CURA realiza mais de cem tipos de exames para as mais diversas especialidades, incluindo aplicações altamente específicas, como o estudo de fluxo liquórico, que está ligado às hidrocefalias.
Produzido e absorvido pelo organismo, o líquor ou líquido cefalorraquiano (LCR) envolve o encéfalo (sistema nervoso central) e existe para protegê-lo de possíveis traumas, para levar nutrientes ao cérebro e fazer uma limpeza de resíduos. O radiologista e especialista em neurorradiologia, Dr. Paulo Kuriki, do CURA Imagem e Diagnóstico, explica que o líquor se movimenta a uma determinada velocidade e em determinado sentido.
Alterações nesse fluxo podem estar relacionados a distúrbios obstrutivos ou na produção e na reabsorção de LCR, levando a quadros de acúmulo desse líquido, conhecidos como hidrocefalia, ou redução do LCR (hipotensão liquórica).
Segundo Dr. Kuriki, a ressonância magnética pode ser usada para estudar a velocidade e o sentido do fluxo liquórico, na avaliação de pacientes com suspeita de alterações na dinâmica do fluxo desse líquido. Pode ser realizada também na avaliação pré-cirúrgica para derivação ventrículo peritoneal (DVP) em pacientes com hidrocefalia de pressão normal (HNP), que pode cursar com quadros de demência e pode ser confundida com Alzheimer.
“É um exame complementar aos testes clínicos – que avaliam reflexo, força muscular, visão e movimentação ocular, coordenação e equilíbrio, estado mental – e laboratoriais”, afirma Dr. Kuriki.
Segundo ele, hidrocefalias são raras, podendo atingir de 1 a 3 pessoas a cada mil nascimentos. A maioria dos casos acontece em recém-nascidos. O segundo grupo mais afetado são os idosos, principalmente homens.
Lesões ou tumores no cérebro ou medula espinhal, infecções no encéfalo (como meningite bacteriana ou caxumba), sangramento no cérebro devido a um AVC ou lesão na cabeça, lesões traumáticas no cérebro são alguns dos fatores de risco para a ocorrência de hidrocefalia. Em recém-nascidos, os fatores de risco são mais específicos, como infecções durante a gestação (como sífilis e rubéola), hemorragia dentro dos ventrículos por complicações no parto e desenvolvimento atípico do encéfalo.
Além da expertise da equipe, com o equipamento Magneton Aera 1.5T, que garante eficiência e velocidade, o CURA pode realizar a ressonância magnética de crânio com estudo de fluxo liquórico em apenas 15 minutos, graças à densidade de elemento de bobina ultra-alta da Tim 4G e Dot, que garantem cuidados de excelente qualidade e de forma consistente, independentemente das condições do paciente ou da questão
clínica. O tempo de digitalização é até 40% menor que aparelhos convencionais. “Isso é importante especialmente para pacientes com claustrofobia, que, no CURA, podem fazer o exame sem sedação”, afirma Dr. Kuriki.
Tradição e pioneirismo na Ressonância Magnética Multiparamétrica
Por meio desse exame, é possível fazer a classificação de risco do paciente que apresentou alterações no exame de toque retal e de dosagem de PSA e somente encaminhá-lo para biópsia se a RMMP indicar alto risco. Os de nível médio poderão ser encaminhados para biópsia, dependendo de outras condições, como existência de casos de câncer de próstata na família. Os de baixo risco saem do grupo suspeito. “O CURA tem tradição no diagnóstico de câncer de próstata e foi um dos pioneiros na realização desse exame no Brasil”, afirma Dr. Szejnfeld.
Segundo ele, os equipamentos do CURA, de ultra-alto campo 3 Tesla, dispensam a bobina endorretal (introdução de um dispositivo na cavidade anal para melhor visualização da área a ser estudada), e possibilitam detectar e localizar – com precisão – mínimas lesões, inclusive nas zonas periférica e de transição. Outra vantagem é a grande abertura do bore (espaço onde o paciente fica posicionado durante o exame), que proporciona maior conforto.
Antes da RMMP
Até por volta de 1990, pacientes com alterações no toque retal e elevação do antígeno PSA tinham de ser encaminhados biópsia intraoperatória, que era feita em ambiente cirúrgico. Mas Dr. Szenfeld lembra que a elevação dessas moléculas também pode ser causada por prostatite e hiperplasia prostática benigna.
Uma primeira evolução importante no diagnóstico de câncer de próstata ocorreu, a partir de meados da década de 1990, com o uso do ultrassom por via retal (transretal) para guiar a biópsia, que permitiu a realização do exame em ambiente ambulatorial.
O encaminhamento indiscriminado de pacientes para biópsia resultava em elevado número de casos negativos para câncer, apesar das alterações no toque retal e/ou na dosagem de PSA, gerando uma pendência diagnóstica e a necessidade da repetição sistemática da biópsia guiada por ultrassom.
Dr. Szenfeld explica, no entanto, que parte desses resultados negativos poderiam ocorrer por imprecisão na realização da punção, por se tratar de lesão muito pequena que não foi alcançada ou por ter uma localização de difícil acesso. Com a RMMP e a correlação de suas imagens com as do ultrassom, o acesso à área onde está a lesão é mais preciso.