A glândula endócrina chamada tireoide, ou tiroide, produz os hormônios tiroxina (T4) e tri-iodotironina (T3), que contêm iodo e são responsáveis pelo controle do metabolismo de todo o corpo humano. Localizada na parte frontal do pescoço, abaixo do osso hioide (pomo de adão), pesa entre 15 g e 25 g em um adulto.
A produção dos hormônios da tireoide, no entanto, é regulada por outra glândula, a hipófise (ou pituitária), que fica no cérebro e sintetiza o hormônio estimulador da tireoide (TSH).
O médico radiologista Harley De Nicola, do CURA Imagem e Diagnóstico, PhD e professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), diz que os principais problemas que podem ocorrer com a tireoide são as doenças difusas e os nódulos, ou doença nodular. No caso dos nódulos, não se sabe ao certo o que os provoca. Segundo ele, os nódulos são muito comuns. “Mais da metade da população vai apresentar nódulos na tireoide ao longo da vida”, afirma.
Apesar de ser uma doença muito comum, é preciso saber se o nódulo é benigno ou maligno. O dr. Harley diz que aproximadamente 7% desses nódulos são malignos. Destes, a grande maioria, cerca de 90%, é considerada indolente por serem pouco invasivos e agressivos. Ainda assim, se não tratados, ao longo do tempo podem até atingir os gânglios do pescoço e outros órgãos. Os cânceres de tireoide normalmente são precocemente detectados, e o sucesso do tratamento pode chegar a 97% dos casos, de acordo com informações do A.C.Camargo Cancer Center.
As projeções do Instituto Nacional de Câncer (Inca) indicam que em 2020 haverá 13.780 novos casos de câncer de tireoide no Brasil, sendo 1.830 em homens e 11.590 em mulheres. As mulheres, de fato, são mais acometidas por doenças causadas pela tireoide. Inclusive as difusas, que na maior parte das vezes são resultado de doenças autoimunes e podem provocar hipertireoidismo e hipotiroidismo.
O hipertireoidismo é o aumento da função da glândula, que produz os hormônios em excesso e pode deixar a pessoa hiperativa. Neste caso, os principais sintomas são ansiedade, o coração bate mais forte, insônia e emagrecimento, diz o médico. O mais comum, porém, é o hipotiroidismo. E os sintomas são opostos aos anteriores: há ganho de peso, a pessoa fica lenta, depressiva, tem queda de cabelo e pode haver dificuldade de memorização. O quadro pode levar a se pensar que a pessoa está com depressão, mas é uma questão endócrina, resultante de um problema da tireoide.
Exames
Como é muito comum a pessoa ter problema com a tireoide, principalmente a mulher a partir da meia-idade, há a recomendação para que se passe a acompanhar o desempenho da glândula, por meio de exames, a partir dos 40 anos. Principalmente se na família já houver casos de doenças de tiroide.
Os principais exames para identificar uma doença de tireoide são o de sangue e o de ultrassom. O de sangue pode dosar o TSH e o T4 livre bem como detectar a presença dos anticorpos chamados antitireoidianos, que indicam se há doença autoimune. O ultrassom, por sua vez, permite revelar a presença de nódulos e avaliar suas características de imagem como presença de calcificações, os contornos, ecogenicidade (brilho em relação ao tecido tireoidiano normal) e tamanho, por exemplo. A realização dos exames de sangue e de imagem permite o mapeamento completo da tiroide.
No exame de imagem, o CURA foi pioneiro em São Paulo, juntamente com o Hospital Albert Einstein, no uso da classificação mais recente de TI-RADS (Thyroid Imaging Report & Data System), publicada em 2017 pelo Colégio Americano de Radiologia (ACR). “Os trabalhos mostram que a classificação ACR é mais assertiva, em relação à anterior, de 2009”, diz o dr. Harley.
A classificação é feita de acordo com as características do nódulo reveladas pelo ultrassom e vai de 1 a 5. Quanto maior a classificação, maior o risco de o nódulo ser maligno. Para cada classificação há uma conduta médica sugerida. “Por exemplo, na classificação 3, o indicado é fazer uma punção aspirativa no nódulo, se ele tiver mais de 2,5 cm – e por aí vai”, explica o médico.
Tratamento
Se algum problema for detectado pelos exames, o médico avalia o tratamento mais indicado. Os procedimentos mais comuns são medicamentosos, para tratar hipo ou hipertireoidismo, e pode-se chegar à cirurgia para extração da glândula como forma de tratar um câncer.
No caso do hipertireoidismo, além da medicação e da cirurgia, há outro tratamento: terapia com iodo radioativo. “Como a tiroide é rica em iodo, quando se aplica iodo radioativo no paciente, ele vai para a glândula e a ‘queima’”, explica do dr. Harley. “É como se fosse uma cirurgia radioativa, matando a tireoide da pessoa, que então desenvolve o hipotireoidismo e precisa tomar medicamentos para tal patologia.”
O procedimento é adotado por precaução. Alguns trabalhos mostram que o remédio para hipertireoidismo pode se tornar prejudicial ao corpo. No longo prazo, pode provocar disfunção no músculo cardíaco e disfunção renal, entre várias alterações.
Em relação ao nódulo, o resultado de uma punção pode revelar se ele é benigno, maligno ou indeterminado. Quando é benigno, pode-se ou não fazer algum procedimento, conforme avaliação do médico. Às vezes, é benigno, mas o nódulo é muito grande e incomoda o paciente do ponto de vista estético. Eventualmente, um nódulo benigno pode ser muito grande e, embora não seja perigoso, tornar-se capaz de comprimir a traqueia, levando o paciente a ter dificuldade para engolir e respirar. Nesse caso, é possível fazer a alcoolização, injetando álcool no nódulo, o que resulta em sua diminuição. Outro procedimento que mais recentemente está sendo usado para redução do tamanho do nódulo é ablação por radiofrequência.
Se o resultado da punção indicar que o nódulo é maligno, o procedimento é a cirurgia para extração. Se o resultado foi indeterminado, o cirurgião é que vai decidir o que fazer. É aceitável realizar a cirurgia, ou fazer um acompanhamento e repetir a punção depois de algum tempo. “Quando o resultado é indeterminado, sabe-se que em 80% das vezes é benigno”, afirma o dr. Harley.
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