Escrito por Fernando Morgadinho

A Síndrome da Apnéia Obstrutiva do Sono (SAOS) é caracterizada por episódios recorrentes de fechamento total ou parcial das vias aéreas superiores (VAS) durante o sono. Este fechamento leva a falta de oxigenação no cérebro com aumento do esforço para respirar e um sono muito fragmentado.
Os indivíduos mais acometidos com SAOS são os homens, com o aumento do peso e a idade acima de 40 anos. As queixas mais comuns dos pacientes com SAOS são ronco alto, sonolência diurna, fadiga e pausas respiratórias observadas durante a noite. A prevalência da SAOS pode chegar a 32,9% na população adulta da cidade de São Paulo, Brasil.

A SAOS está relacionada com sonolência excessiva durante o dia, aumento do risco de acidentes de trabalho e de trânsito, alterações de humor, alteração da memória, diabetes, acometendo a qualidade de vida dos pacientes. Além disso, a SAOS pode de aumentar o risco de hipertensão arterial, infarto do coração e derrame.
O tratamento dos pacientes com SAOS devem contemplar a higiene do sono e medidas comportamentais como perda de peso, a retirada de drogas sedativas, diminuição do uso de álcool e a mudança da posição do corpo durante o sono. O tratamento específico com CPAP (do inglês “Continuous Positive Airway Pressure”) é considerado a terapia de escolha para o tratamento da SAOS, especialmente nos casos graves.

Outra opção de tratamento da SAOS é o uso dos aparelhos Intra-Orais (AIO). Os AIO abrem as VAS por meio de uma manobra mecânica, sendo esta a tração anterior da mandíbula e consequentemente da língua. Os AIOs podem ser uma opção de tratamento para os indivíduos com uma SAOS moderada e grave que não aceitam o CPAP, e para aqueles que são incapazes de tolerar ou que falharam nas tentativas do seu uso.

Diversos tratamentos cirúrgicos têm sido propostos e podem tanto envolver a correção de alterações anatômicas encontradas na faringe, na cavidade nasal e na base da língua, como a correção de alterações do esqueleto crânio facial. Outra opção de tratamento da SAOS mais leve são exercícios orientados pela fonoaudiologia.
O tratamento vai depender de cada paciente e da severidade da SAOS. Em caso de suspeita clínica, um exame de polissonografia deve ser sempre realizado para definição do diagnóstico e do tratamento.

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