Escrito por Renata Cremaschi

A eletroneuromiografia (ENMG) é um procedimento diagnóstico, executado e interpretado por médicos, que é de fundamental importância na identificação e controle de muitas doenças neuromusculares. O Cura oferece exames realizados por uma equipe de neurologistas com atuação em neurofisiologia clínica, visando a excelência da análise e dos resultados. Cada exame é direcionado para a necessidade e suspeita diagnóstica de cada paciente, garantindo uma avaliação segura com qualidade e confiança.

O que é a Eletroneuromiografia?
A ENMG foi desenvolvida para identificar alterações no funcionamento do sistema nervoso periférico (ponta anterior da medula, raízes, plexo, nervo periférico, junção neuromuscular e músculo). O sistema nervoso periférico é composto por este conjunto de estruturas que comunicam o sistema nervoso central (cérebro e medula espinal) com o resto do corpo. A ENMG é essencial na detecção, localização e extensão de enfermidades que acometem os nervos e os músculos. A avaliação é bastante utilizada na investigação do sintoma de dor cervical ou lombar irradiada por hérnias discais, por exemplo.

Como é realizada a Eletroneuromiografia?
A ENMG pode ser dividida em duas partes.
O Estudo de Condução Nervosa ou neurocondução (NCS) avalia a capacidade dos nervos de transmitirem impulsos elétricos, através da medição das velocidades de condução de um impulso elétrico ao longo do nervo. Este estudo mede a condução elétrica principalmente das fibras nervosas sensitivas e motoras mais rápidas. Além disso, a pesquisa de outras respostas mais lentas, reflexos eletrofisiológicos (reflexo do piscamento e reflexo H) e algumas técnicas especiais como o teste de estimulação repetitiva também são executados.
A avaliação da condução nervosa é realizada administrando breves estímulos elétricos, repetidamente na pele sobre um nervo. Estes pulsos elétricos geralmente são percebidos como leves e bem tolerados. As respostas são captadas por meio do uso de pequenos eletrodos descartáveis posicionados na pele sobre nervos e músculos em diferentes partes do corpo, específicos para cada estudo. As respostas detectadas após os estímulos nos nervos são registradas como atividades elétricas e exibidas num monitor sob a forma de ondas.

A etapa seguinte é a eletromiografia de agulha (EMG). Uma pequena agulha fina, ligada por fios ao equipamento de exame, é inserida através da pele nos músculos específicos de cada segmento a ser examinado. Não há injeção de medicamentos ou aplicação de estímulos elétricos. A EMG baseia-se na análise do funcionamento das unidades motoras: célula nervosa denominada neurônio motor inferior e o conjunto de fibras musculares por ele inervadas.
A EMG se fundamenta no disparo dos neurônios motores e na propagação deste estímulo nervoso para todas as fibras musculares inervadas por este. A atividade elétrica gerada pelas fibras musculares próximas a este eletrodo de agulha é analisada no repouso muscular, contração leve e contração máxima. A atividade elétrica captada é exibida num monitor em forma de ondas e um amplificador de áudio é também utilizado. As características da onda e do som dos potenciais elétricos fornecem informações sobre a capacidade do músculo responder adequadamente quando os nervos são ativados.

Quais são as indicações da Eletroneuromiografia?
Dentre as várias condições que determinam os resultados anormais na ENMG, as neuropatias se destacam. A neuropatia, também conhecida como neuropatia periférica, trata-se de qualquer dano que compromete o funcionamento normal dos nervos do sistema nervoso periférico.
A neuropatia pode afetar um nervo isolado (mononeuropatia) ou uma combinação de nervos (polineuropatia). As neuropatias podem ser hereditárias ou adquiridas. As neuropatias hereditárias ocorrem em vários membros da família por passagem genética, sendo uma das mais prevalentes a neuropatia denominada de Charcot-Marie-Tooth (CMT). As neuropatias adquiridas se desenvolvem após o nascimento, podendo ser localizadas como no caso da síndrome do túnel do carpo ou generalizada como a polineuropatia diabética.
A neuropatia adquirida é muito frequente e possui várias causas: infecções; lesões traumáticas; medicamentos; exposição a substâncias tóxicas e produtos químicos; doenças imunológicas (polirradiculoneurite aguda denominada Síndrome de Guillain-Barré ou crônica); doenças sistêmicas e metabólicas (polineuropatia diabética como a principal causa de neuropatia adquirida); carência de vitaminas e etilismo.
Mais ainda, a ENMG é indicada na investigação de diversas doenças neuromusculares: doenças do neurônio motor inferior (Esclerose Lateral Amiotrófica); lesões do plexo braquial e lombossacro decorrentes de compressões (Síndrome do Desfiladeiro Torácico), traumatismos, tumores ou inflamações; comprometimento radicular secundário a doenças do disco intervertebral (abaulamento ou hérnia) e estenose do canal medular; doença da junção neuromuscular (Miastenia Gravis) e doenças musculares.
Quais são os tipos de exame realizados?

Dependendo da suspeita clínica podem serem realizados os seguintes tipos de ENMG:
– ENMG dos Membros Superiores
– ENMG dos Membros Inferiores
– ENMG dos Membros Superiores e Membros Inferiores
– ENMG de Face Bilateral

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